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5.2.06

10 comments:

Anonymous said...

Muito bem filha! (Está lindo!)

Anonymous said...

Gostei! Está luminoso! Bjocas

....!!.... said...

bonitos desenhos e bons links!!

disparosacidentais said...

(como síntese) embora mais de uns que de outros, gosto realmente dos teus desenhos.

. said...

(sorrio e agradeço)

disparosacidentais said...

(eu é que sorrio e agradeço)

Anonymous said...

Então é aspas para fora.

Anonymous said...

Prisão de ventre

Um dia, ao voltar da casa-de-banho, encontrei o meu quarto fechado à chave e as minhas coisas empilhadas em frente da porta. Isto pode dar-vos uma ideia da prisão de ventre com que eu estava na altura. Estou agora convencido que era por causa da ansiedade. Mas estaria eu realmente com prisão de ventre? Não acredito. Calma, calma. No entanto devia estar, senão como justificar aquelas longas, aquelas atrozes sessões na retrete? Nessas alturas eu nunca lia, nem nas outras; não me punha a divagar ou a meditar, limitava-me a olhar distraído para o almanaque pendurado num prego à minha frente, com a imagem a cores de um rapaz de barbas rodeado de ovelhas. Devia ser Jesus; afastava as nádegas com as duas mãos e fazia força: um! hmm! dois! hmm!, com movimentos de remador, e só com uma ideia na cabeça, voltar ao meu quarto e deitar-me de costas. Era mesmo prisão de ventre, ou não? Ou estou a confundir com diarreia? Tudo se mistura na minha cabeça, campas e núpcias e os diferentes tipos de evacuações. Com os meus parcos haveres tinham feito um montinho, no chão, encostado à porta. Parece que ainda o estou a ver, naquela espécie de recanto cheio de sombra que separava o corredor do meu quarto. Foi neste espaço estreito» resguardado apenas de três lados, que tive de mudar de roupa, ou seja, trocar o robe e a camisa de noite pelo meu fato de viagem, ou seja, sapatos, meias, calças, camisa, casaco, sobretudo e chapéu, espero não me estar a esquecer de nada. Experimentei outras portas, rodando a maçaneta e empurrando, ou puxando, antes de sair de casa, mas nenhuma cedeu. Se tivesse encontrado uma aberta acho que me tinha barricado lá dentro, só com gás é que me tiravam dali. Sentia a casa apinhada como de costume, mas não via ninguém. Imaginei-os fechados nos respectivos quartos, de ouvidos bem atentos. Depois todos a correr para as janelas, um pouco a medo, escondidos pelos cortinados, com o barulho da porta da rua a fechar-se; devia tê-la deixado aberta. E então são portas que se abrem e toda a gente sai, homens, mulheres, crianças, cada um do seu quarto, e as vozes, os suspiros, os sorrisos, as mãos, as chaves nas mãos, um alívio enorme, e depois o recapitular das precauções, se isto então aquilo, mas se aquilo então isto, uma autêntica festa, todos perceberam, p'rá mesa, p'rá mesa, a desinfestação pode esperar.

Samuel Beckett, in Primeiro Amor
tradução de Fracisco Frazão, © Ambar

Anonymous said...

há 3 dias q n obro
há 4 q n almoço...
tenho 1 espinha no cu
quero cagar e n posso

alberto cageiro ~º

. said...

obrigado ao anónimo, li-o entretanto, muito bom e bonito, sim.